O preço do amor - Capitulo 3
O
coração batendo forte no peito, mãos suadas e respiração acelerada. Essa é a
reação de meu corpo após a cena inesperada de alguns minutos. Por que agi de
forma tão dramática a algo tão normal como um jovem exercitando os músculos? E
pior, por que sai correndo feito uma maluca? O que será que Michael está
pensando de mim agora? Com certeza, que sou uma virgem estupida e fantasiosa.
Se bem que a parte do virgem é verdadeira.
Caminho
com as pernas trêmulas e sento-me ao pé da cama. Meu olhar é fixo na porta como
se ela tivesse boca, dentes e estivesse prestes a me devorar a qualquer momento.
Olho
para o relógio na cabeceira ainda são dez e meia da manhã. Carol sai da escola às
duas horas. Então me restam quatro horas e meia para ocupar meu tempo livre,
pois eu não tenho a menor pretensão de sair desse quarto, de forma alguma.
Podem-me dizer que estou fugindo e me escondendo como uma donzela assustada, eu
não ligo. É exatamente o que estou fazendo. As freiras sempre nos ensinaram a
fugir do pecado e das tentações do mundo. Estou apenas seguindo seus conselhos
a risca. Agora estou sozinha no mundo e aquele rapaz é puro pecado.
A maçaneta na porta se move e salto da cama
como um grilo. Lembro-me que passei a chave na porta e respiro aliviada. Espero em silêncio que a pessoa do outro lado
desista e vá embora. Não é possível que ele tenha sido tão insensato e atrevido
para vir até meu quarto. E para fazer o que? Caçoar de mim com certeza. Mas por
outro lado, poderia ser uma das empregadas da casa querendo fazer a limpeza. É
muita pretensão da minha parte acreditar que Michael viria atrás de mim.
Após
uma hora e cansada de andar em círculos resolvo sair do meu casulo. Talvez se
me ocupar com um dos muitos livros que vi na biblioteca ajude a passar o tempo.
Caminho
na ponta dos pés evitando fazer qualquer barulho. Solto uma rizada e tapo meus
lábios para evitar gargalhar dessa imagem ridícula. Em apenas um dia nessa casa
eu já me comporto como uma louca. O que estarei fazendo em algumas semanas? A
culpa disso tudo é do Michael, se não fosse tão bonito e atraente. Se aquele
corpo suado e musculoso não me fizesse ter pensamentos que deixariam as
freirinhas do orfanato de cabelo branco nada disso estaria acontecendo.
Um
barulho do outro lado do corredor me chama atenção. Algo como som de vidro sendo
quebrado. Aproximo-me da porta de onde imagino ter vindo o ruído. Os gemidos
baixinho me fazem aproximar ainda mais, pela fresta vejo uma mulher estirada sobre
a cama, a cabeça inclinada para fora olhando com desgosto o copo estilhaçado no
chão.
—
Deixa que eu a ajude — vou até ela e começo a recolher os cacos.
—
Água... — fala ela com dificuldade. — Tenho sede.
Jogo
todos os cacos dentro da lixeira e vou até a mesinha ao lado da cabeceira da
cama. Pego outro copo e sento-me a lado da Sra. Hunter. Ajudo-a se acomodar e
entrego o copo a ela. Suas mãos tremem tanto que a auxilio a segurar o copo
enquanto bebe a água com certa dificuldade.
Ela
é muito bonita, apesar da pele pálida e cabelos opacos. Todos naquela família
parecem sair de catálogos de revistas. Isso é de certa forma irritante.
Olivia
sorri e afasta o copo dos lábios assim que se dá por satisfeita.
—
Obrigada — sussurra, desaba sobre o travesseiro e fecha os olhos. — Você foi
muito gentil.
É-me
perceptível como esse simples gesto deixou-a exausta. Sinto uma instantânea simpatia
por essa mulher. Não sei qual a doença que ela enfrenta. Ninguém havia me relatado
e eu não tive a audácia em perguntar, mas parece que ela enfrenta com coragem.
Ajoelho-me
e arrumo as cobertas em volta dela. É estranho que esteja sozinha. O pouco que
sei é que há uma enfermeira que passa maior parte do tempo ao seu lado, pelo
menos sempre que o Sr. Hunter não está em casa.
—
Laura?
O
olhar turvo e a expressão confusa me alertam que está me confundindo com outra
pessoa. Com certeza acha que sou a enfermeira, mas o nome dela não era Melissa
ou algo assim?
—
Que bom que está aqui querida — sussurra ela fechando os olhos.
—
Estou aqui — toco sua testa e fico aflita ao ver que está ardendo em febre. —
Fique tranquila. Eu já volto.
Corro
para o banheiro em busca de tudo que preciso para baixar a febre de Olivia. Já
cuidei de muitas crianças doentes e sei como agir em casos como esse. Encontro
o termômetro e após desinfetá-lo coloco nos lábios dela para medir a
temperatura. Quase trinta e nove graus. Sobressalto-me preocupada, apesar da febre
ser considerada moderada não deixa de ser preocupante. Volto para o banheiro em
busca de algumas toalhas de rosto, ligo a torneira e testo a temperatura da
água. Mergulho a toalha deixando-a húmida e retorno para o quarto.
Olivia
continua a dizer coisas desconexas sobre essa mulher chamada Laura. Alguma
coisa sobre a infância delas e um bebê. Mudo de toalha diversas vezes até ter
certeza que a febre está sobre controle. Volto a medir a temperatura e embora
ainda não tenha voltado ao normal baixou consideravelmente.
— O
que faz aqui?
—
Oh... — levo a mão ao peito. — Que susto você me deu Marisa.
Ela
passa por mim com olhar desconfiado verifica Olivia que agora dorme tranquila.
—
Parece que tem febre — murmura após toca-la na testa. Indica as toalhas
molhadas em cima da mesinha. — Você fez
as compressas?
—
Estava um pouco agitava e consegui baixar a temperatura. Onde está a
enfermeira?
—
Ligou agora pouco e disse que teve um problema de família — diz ela desgostosa.
— Tentei falar com senhor Hunter, mas está incomunicável. Será que é algo
grave?
—
Não sei — balanço os ombros. — A febre baixou. Talvez devêssemos leva-la ao
medico. Onde está o filho dela?
—
Tomou banho e saiu faz meia hora.
—
Você não disse o que aconteceu?
—
Pensei que a enfermeira chegaria — Marisa parece constrangida. — Como disse que
não poderá vir subi para checar se a Sra. Hunter estava bem. Vou ligar para o
Dra. Brown e ver o que ele acha. Você pode ficar aqui?
—
Não precisava nem me perguntar — sorrio para ela.
Continuo
velando o sono de Olivia e aguardando que Marisa volte com instruções da médica.
A febre agora parece controlada e me sinto um pouco mais calma.
Uma
hora depois a médica chega. Creio que tenha cerca de trinta e poucos anos. Não
é tão bonita como a Sra. Hunter, mas é muito atraente. Cabelos e olhos
castanhos, alta e magra. Parece-me simpática e estuda a paciente com cuidado.
—
Você fez um bom trabalho ao baixar a febre — A médica sorri para mim após
guardar os equipamentos. Foi apenas uma reação a quimioterapia, mas em algumas
horas Olivia ficará bem.
Quimioterapia?
Então a Sra. Hunter enfrenta algum tipo de câncer. Essa descoberta me deixa
triste. Uma freira no orfanato já havia enfrentado essa doença e graças a Deus
havia vencido. Desejo fervorosamente que Olivia tenha a mesma sorte.
— Dê
esse comprimido se a febre voltar — ela me entrega um frasco. — Qualquer
alteração não excite em entrar em contato novamente.
—
Dra. Brown a Rebecca não é enfermeira — Marisa tenta explicar. — É apenas a
babá de Caroline...
—
Bem onde está a enfermeira?
—
Não pode vir hoje, algum problema na família.
—
Pelo que conheço do Max acho não voltará mais. De qualquer forma, Olivia
precisa de cuidados. Se não há quem cuide dela vou ter que interná-la.
— Eu
posso fazer isso — prontifico-me. — Posso cuidar dela.
—
Como fará isso? — Marisa questiona-me preocupada. — E quanto a Caroline?
—
Com ela na escola eu passo a maior parte do meu tempo desocupada. Hoje mesmo só
terei que busca-la e levá-la ao bale, depois buscar novamente. Nesse meio tempo
podemos nos revezar Marisa. Pelo menos até que o Sr. Hunter volte para casa e
decida o que fazer.
— Eu
não sei... — Marisa parece indecisa. — Você não é enfermeira.
—
Olivia só precisa de alguém para dar os medicamentos na hora certa — A médica
coloca a mão no ombro de Marisa tentando acalmá-la. — E alguém que fique de
olho caso a febre retorne. Por um ou dois dias acho que essa medida é
suficiente. Não acredito que ela queira ser internada, sabe disso Marisa.
—
Está bem — suspira. — Só até o Sr. Hunter chegar e decidir o que fazer.
A
médica nos dá algumas instruções sobre o que fazer e eu volto para o meu posto
ao lado da cama. Pego um livro que há em uma das poltronas e começo uma leitura
em voz baixa. Não sei se ela pode me ouvir, mas leio assim mesmo. É um romance
de época, sobre uma jovem obrigada a casar com um homem mais velho, mas que se
apaixona pelo enteado do marido.
Por
volta do meio dia Marisa volta ao quarto com nosso almoço. Uma sopa leve para
Olivia e espaguete para mim. Acordo-a para que ela coma e Olivia torna a me
encarar de forma esquisita.
—
Você se parece muito com a Laura — diz Olivia com estranheza. — São realmente
muito parecidas. Se a criança não estivesse morta...
Não
sei se ela está delirando ainda, então após dar a última colherada de sopa eu
toca sua testa, aparentemente está normal.
— É
sua amiga? Essa senhora com quem eu me pareço?
Ela
suspira e em seu rosto há uma expressão triste. Droga, não quis despertar
lembranças dolorosas.
—
Melhor amiga — o sorriso é franco. — Eu diria que somos como irmãs. Éramos
inseparáveis, mesmo depois de casadas. Nossos maridos ficavam enlouquecidos com
isso. Dizíamos que nossos filhos se casariam um dia. Mas houve aquela tragédia
e ela nunca mais foi à mesma.
—
Quer mais água ou um suco? — tento desviar a atenção dessas lembranças amargas.
— Deve se hidratar bastante.
—
Não obrigada — sussurra ela, ainda me olhando com insistência. — É incrível. Se
não fosse impossível eu diria que é surpreendente.
A
insistência dela de certa forma me deixa incomodada.
—
Então você é a nova babá da minha filha — diz ela mudando de assunto. Acho que
percebeu meu desconforto. — É jovem demais não é?
Outra
vez essa conversa sobre como sou jovem para o trabalho. Eu preciso dele o que
posso fazer?
— Já
tenho dezoito anos senhora.
Começo
a arrumar os pratos e empilhar sobre a bandeja.
—
Não quis ofende-la — sussurra com a voz fraca. — Seus pais não se importam?
Deveria estar na escola ou preocupada com rapazes. Que pergunta tola. Se você
trabalha é porque precisa ajuda-los não é mesmo?
—
Não tenho pais — sento-me ao seu lado na cama. — Cresci no orfanato St. Thomas.
O mesmo que seu marido faz doações. Como completei dezoito anos fui obrigada a
sair. A madre entrou em contato com seu marido e agora estou aqui.
—
Sinto muito por seus pais — Olivia segura minhas mãos com carinho e sorri. —
Espero que seja feliz aqui.
— Eu
já sou — sorrio de volta.
—
Você é muito bonita — murmura Olivia. — Já conhece meu filho Michael?
—
Sim senhora — afasto-me dela e coloco a bandeja no carrinho. Minhas mãos estão
tremulas e sinto meu rosto arder. — Esbarrei com ele pela casa algumas vezes.
—
Ele é bonito não é?
—
Preciso buscar a Carol na escola. — encaro-a nervosa. — Marisa fará companhia
até que eu volte tudo bem?
—
Não se preocupe — ela diz com divertimento. — Ainda não estou morrendo.
—
Ah, eu não...
— Vá
querida — afasta-me com um gesto de mão. — Ficarei bem.
Aceno
com a cabeça e encontro-me com Marisa ao pé da escada.
— O
Sr. Hunter ligou e chegará a alguns minutos — informa ela. — Pode ir sem
preocupação.
Saio
praticamente correndo. Eu preciso fazer algo a respeito com o fato de ficar
nervosa e tremula sempre que alguém fala ou cita o nome de Michael. Essa é uma
reação muito infantil e denuncia meu interesse nele. De alguma forma tenho que
mascarar o que sinto.
Pego
Carol na escola e a levo para as aulas de balé. Durante o caminho ela me contou
sobre suas atividades na escola e que inclusive quase havia desmaiado no
laboratório quando o professor avisou que estudariam um sapo. Ela tem horror a
sapos e saiu da sala praticamente aos berros.
Aproveito-me
que está concentrada em sua aula e ligo para mansão para ter noticias de
Olivia. A governanta me informa que marido e filho agora estão com ela e que o
Sr. Hunter ficou furioso com a ausência da enfermeira, mas que está muito
agradecido com os cuidados que tivemos com a esposa dele.
Um
pouco mais tranquila resolvo esperar que a aula de Carol terminasse para
voltarmos para casa. Afinal não faz sentido eu ir e voltar sendo que a aula
duraria menos que duas horas.
Após
a aula paramos apenas na lanchonete para que Carol compre alguma coisa para
beber. Preferi não falar nada o que havia acontecido mais cedo, sendo que
Olivia parece estar bem e não há razões para preocupar a menina.
Assim
que chegamos Carol joga a bolsa em cima da sua cama e me arrasta até o quarto
da mãe. O Sr. Hunter e filho ainda estão no quarto. Minha bochecha queima assim
que meus olhos cruzam com os de Michael. Desvio o olhar e encaro a mulher na
cama que me encara com olhar esquisito. Acho que não lhe passou despercebido o
olhar que o filho dela e eu trocamos.
— O
que está acontecendo aqui? — Carol pula na cama abraçando a mãe. — Reunião de
família?
—
Quase isso — Olivia beija os cabelos da filha. — Parece que Melissa não poderá
cuidar de mim e seu papai quer que eu vá para o hospital.
—
Então é grave? — diz a menina com voz trêmula.
—
Não é nada grave e já disse a seu pai que ficarei bem. Além disso, Rebecca pode
me fazer companhia.
Olivia
volta a me olhar com ansiedade.
— Se
não for um problema para você — murmura. — Max pagara em dobro. Não é querido?
—
Faria isso com certeza — diz ele aborrecido. — Há apenas um agravante. Rebecca
não é enfermeira. Além disso, é babá de Caroline.
— Eu
não preciso de babá papai!
—
Caroline! — diz ele autoritário.
— Eu
posso cuidar da Sra. Hunter enquanto Caroline estiver na escola. Não faço nada
nesse tempo livre e será um prazer.
— Eu
não sei — insiste ele. — E nas horas em que estiver com minha filha. Olivia
precisa de cuidados constantes.
—
Não estou morrendo Max — ela tosse exaltada. — Parece um bom acordo, pelo menos
até que encontre outra enfermeira. De jeito algum vou para o hospital.
— Eu
posso cuidar da mamãe nesse meio tempo — Michael sorri e beija a mão dela.
—
Você voltará para faculdade semana que vem — Max sentencia. — Já conversamos
sobre isso.
—
Então está tudo resolvido — Olivia sorri contente. — Semana que vem se ainda
não tiver outra enfermeira veremos o que faremos. Por enquanto Rebecca e
Michael me auxiliarão.
— Acho
que não há nada que eu possa fazer — diz Max resignado olhando para mim. — Vá
ao meu escritório depois para conversarmos sobre seu salário.
—
Realmente não é necessário...
—
Não há discussões quanto a isso.
Concordo
com a cabeça e vou para um canto querendo ficar o mais discreta possível. Carol
monopoliza toda a conversa em volta dos pais. Vez ou outra xinga o irmão que a
provoca puxando-lhe os cabelos. A cena parece tão familiar como essas que vemos
nos comerciais de TV. Imagino como é crescer regado de amor como uma família
como essa. São pessoas de muita sorte. Comovida viro-me para janela ao meu lado
e olho para piscina iluminada pelos os raios de sol de fim de tarde.
—
Parece que passaremos mais tempo juntos — sussurra Michael se colocando ao meu
lado.
Meu
coração dispara novamente e levo a mão ao peito. Não o vi se aproximar e penso
em uma maneira de fugir dali.
—
Por que trancou a porta hoje?
Então
era ele mesmo em meu quarto. A ardência volta a tomar conta de meu rosto e me
pergunto como posso escapar dali sem chamar atenção de todos.
—
Está com medo de mim? — ele está ainda mais próximo. Posso sentir o calor de
seu corpo e sua respiração morna. — Ou de você mesma?
Afasto-me
dele sem encara-lo ou responder nenhuma de suas perguntas.
— Eu
vou me arrumar para o jantar — digo a Olivia de forma acelerada. A ideia parece
ridícula já que ainda são cinco horas e o jantar é servido às sete.
— O
que o senhor decidir sobre meu pagamento está bom para mim — encaro o Sr.
Hunter. — Se precisarem estarei em meu quarto. Com licença.
— É
uma graça não é?
Escuto
Olivia falar a alguém antes de fechar a porta. Chego a meu quarto em uma
velocidade espantosa. Fecho a porta e passo a chave, só por precaução.
Se
eu soubesse que me oferecer para cuidar de Olivia me colocaria cara a cara com
Michael não teria me prontificado a isso. Com sinceridade quis fazer companhia
a ela durante meu tempo livre e não porque cogitei um aumento de salário, eu
gosto de sua companhia. Agora me vejo em meio a uma encruzilhada. Como posso
disfarçar a atração que sinto por ele se apenas o fato de ouvir seu nome me
deixa trêmula e com as bochechas ardendo?
Eu
me meti em uma enrascada e não sei como sair.
Eu
desço para acompanhar Carol durante o jantar como combinado. Há apenas nós duas
a mesa, pois o doutor Hunter preferiu ficar no quarto com a esposa. Graças a
todos os santos o filho mais velho, atrevido e lindo do casal, está curtindo a
noite com seus amigos ou com alguma garota disposta a aproveitar seu ombro
amigo e outras coisinhas.
Eu sinto pena de Carol, parece ser
uma garota solitária e triste. Também não é para menos. Ter que ver a mãe
definhando dia a dia em uma cama não deve ser uma coisa fácil para ninguém
quanto mais para uma menina de sua idade.
Após o jantar uno-me a ela na sala e
ficamos assistindo a um seriado na televisão. Quando percebo que está sonolenta
insisto para que vá para cama. Converso com ela por mais alguns minutos e
quando vejo que está dormindo volto para o meu quarto. Lembro-me das vezes que
fiquei noites a fio trocando confidencias com Briana. Sinto falta da minha
amiga e sei que o mesmo acontece com ela. Nunca ficamos tanto tempo separadas. Mas
depois de amanhã poderei vê-la.
Troco
minha calça jeans por uma camisola de algodão vou para cama. Como não estou com
sono me perco em um romance que peguei na biblioteca. Em poucos minutos me vejo
mergulhada na historia onde a jovem mocinha sou eu e o homem descrito na
historia magicamente é substituído por um deus de olhos azuis.
Já
com a garganta seca após viajar nas cenas quentes entre Michael e eu, correção
mocinho e mocinha da história resolvo ir até a cozinha em busca de algo para
beber.
Pego
um robe pendurado no cabide do banheiro, ignoro o chinelo e vou descaça mesmo.
A casa está silenciosa e as escuras. Sirvo-me de um copo de leite, sento em uma
cadeira a mesa, observando a noite através da janela.
—
Insônia? — uma voz grave sussurra atrás de mim. — Ou esperança em me ver?
Eu
não preciso dizer qual a minha reação na presença dele. Isso já é tão
corriqueiro que já parece uma parte de mim.
— A
primeira opção — respondo levantando-me pronta para sair dali.
Michael
segura meu braço impedindo que eu saia. Seu toque queima minha pele. Uma moleza
estranha invade-me quando ele une seu corpo ao meu. O aroma de loção pós-barba
deixa-me inebriada.
—
Estamos em um impasse — sussurra ele, os olhos fixos nos meus. — A minha é a
segunda opção.
Sua
mão agarra minha cintura prendendo-me a ele. Alguma parte de minha feminilidade
está fascina com seu o corpo e músculos firmes. Com a outra mão em minha nuca
Michael aproxima seu rosto do meu.
Nossos
lábios se unem e eu me vejo presa em uma das experiências mais emocionantes da
minha vida. Meu primeiro beijo.
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Ah que lindo, amo essa história. Li ela como Beward, mas já tô me acostumando com a Becca e o Michael. E esse beijo no final ai ai, é muito amor esses dois.
ResponderExcluirEnfim, vou acompanhar a história por aqui =D
Bjos!
Oi Gabrielle, que bom que você está aqui. Sim era Beward, mas você irá amar Rebecca e Michael e de qualquer forma ainda pode imaginá-los como eles.
Excluirbeijos